quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sonho 26-2-12 - Luzes

Vivemos numa ex-colónia portuguesa. Há aquele ritmo na rua, aquele pulsar de corpos, cores, perfumes e o ressoar de cânticos constantes. O sol irradia no céu. Ao mesmo tempo, estou com a minha família, como se estivéssemos de férias em Pedras del Rei. A Aninha está feliz, corre por um extenso relvado e olha todas as coisas cativada, com seus grandes olhos esbugalhados. As casas têm os altos telhados de tijolo com as paredes amplas e as portas de madeira pintadas de branco, que desaguam em espaçosas varandas que nos mostram o exterior. Pode ser São Tomé e Príncipe ou mesmo uma aldeia de Angola ou Guiné. A avó Zé dá-me uma bicicleta antiga, de senhora, e manda-me ir dar um recado ao meu tio-avô M., como se nunca algo tivesse afectado o seu relacionamento. Há uma placa a dizer Rua Santana e ao lado vejo uma grande casa, a Padaria. Outra casa tipicamente colonial. Esta padaria, muito arcaica, muito bonita. Há um perfume quente de fermento, de massa quente que chama. Esta padaria.. Olho à volta e apercebo-me que estou em Santo António do Príncipe. No final desta rua vai-se dar a uma das praças que terá sido de grande importância nos tempos coloniais. Onde passava a linha de comboio que vinha das Roças mesmo em frente à casa do Governador da ilha. Uma casa lindíssima. Apercebo-me que sim, vivo em Santo António (de novo) desta vez com a minha família, com gerações e gerações da minha família. Apercebo-me disso enquanto monto a bicicleta e volto para "casa". No cesto levo o pão quente, que me põe água na boca. Vou pedalando com a estrada só para mim, vejo pessoas sentadas na Praça da Independência, reparo no Monumento de homenagem a Marcelo da Veiga, que se encontra em perfeitas condições de preservação, tanto o desenho como o poema. Não encontro pessoas conhecidas. Há pessoas nos bancos da praça mas há algo estranho nas suas faces, sem conseguir vislumbrar traços específicos. Olho as casas, as varandas, a Igreja e volto a casa onde encontro pelo menos 4 gerações diferentes da minha família. Olho o céu, há uma luz, uma estrela que ofusca, apesar de ser ainda dia. O sol brilha estranhamente agora, os raios vão desde um azul a laranja escuro. Há electricidade no ar.

1 comentário:

  1. Revivi um dos meus sonhos mais recorrentes. Ressoou dentro de mim o vulcão de emoções e de saudade que nunca dorme. Sonhei contigo a cores! S.

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